Pra (tentar) manter viva a tradição
E na eletrola do Boteco
Rebichada
Chico Buarque & Os Trapalhões
(Enriquez - Bardotti - Chico Buarque)
Não me importa trabalhar pra cachorro
O jumento é meu igual
Morro muito mais que gato no morro
Quando chega o carnaval
Sou eu quem cutuca o galo, viu
Pro galo cocorocar
Mas se pisam no meu calo
Não me calo
Eu tenho que calar
Como falo
Au, au, au, hi-ho, hi-ho
Miau, miau, miau, cocorocó
Essa história é mais velha que a história
Dos tempos de glória do velho barão
Quem não sabe de cor essa história
Refresque a memória e preste atenção
Não sou eu quem repete essa história
É a história que adora uma repetição
Uma repetição
Sou eu que distraio o galo, de fato
Quando a outra vai chocar
Sou eu quem arruma cama de gato
Ponho o gato pra mijar
Beijo a mão de vira-lata, sim
Chamo burro de doutor
Mas se alguém me desacata
Maltrata o meu brio
E meu valor
Largo a pata
Au, au, au, hi-ho, hi-ho
Miau, miau, miau, cocorocó
Essa fábula vem de outro século
Pelo fascículo de um alemão
O irmão do alemão deu prum nego
Que vendeu prum grego
Por meio milhão
Esse grego morreu de embolia
E deixou para a tia
O que tinha na mão
Essa tia casou com um pirata
E afundou com com a fragata
Lá no Maranhão
Essa lenda rolou na fazenda
Moeu na moenda
E espalhou no sertão
E eu não nego que roubei dum cego
E inda ponho no prego
Pra comprar meu pão
Não sou eu quem repete essa história
É a história que adora
Uma repetição
Uma repetição
Nenhum comentário:
Postar um comentário